Nesta semana fiz uma prova sobre o livro de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas. Gostei muito do livro, apesar da dificuldade consequente da linguagem de época, e achei difícil não fazer um paralelo com o livro de Eclesiastes. Considero as perspectivas e conclusões dos autores muito parecidas e há vários momentos paralelos entre as obras.
Um dos pontos mais conhecidos do Eclesiastes é a declaração "vaidade de vaidades, tudo é vaidade", considero este um ponto central do livro, essencial à compressão da obra, e o livro de Machado de Assis começa colocando exatamente a mesma visão de mundo ao descrever o devaneio de Brás Cubas antes de sua morte.
O segundo ponto interessante e também muito conhecido do Eclesiastes é onde ele trata das paixões da juventude: "lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade antes que venham os maus dias e venhas a dizer 'não tenho neles contentamento'". Brás Cubas passa por um momento muito interessante que exemplifica bem esta passagem. Ao ser separado do grande amor de sua juventude, à força, logo encontra outro entretenimento e em poucos dias ele passa por um processo de desespero (afinal todo jovem acha que esta perda é o fim da vida e condenação a uma solidão vitalícia), aceitação e superação. Umas conversas sobre poesia fazem que ele esqueça sua amada, por mais irônico que pareça, e quando a reencontra acabou-se a paixão eterna.
Partindo para os pontos menos conhecidos do Eclesiastes, encontramos a questão da busca do conhecimento. O pregador declara ter adquirido grande conhecimento e constata que é pura vaidade, a expressão "correr atrás do vento" é bastante significativa em relação ao tema. Assis usa a figura de Quincas Borba para fazer uma caricatura que mostra muito claramente essa ideia. Quincas Borba tem uma história muito interessante, dos melhores alunos das melhores escolas à mendicância e de volta às elites, como filósofo, e daí à loucura. Crítica explícita aos filósofos. Ponto muito curioso é este estar consciente de sua loucura.
O último ponto ao qual pretendo abordar é o fim comum, mesmo para pessoas muito distintas. "Este é o mal que há em tudo o que acontece debaixo do sol: o destino de todos é o mesmo.", diz o pregador. Pelo menos dois capítulos do Eclesiastes são sobre este tema. Num dado momento Brás Cubas se encontra com duas mulheres que, apesar de levaram a vida de forma totalmente adversa, tem um fim parecido, solitárias e abandonadas. Uma usava sua beleza para atrair o extorquir os homens, a outra, que apesar de bela é coxa, era simples, uma linda pessoa. Bastante importante reparar que o encontro com as duas se dá num mesmo momento o que evidencia a intenção do autor de fazer a comparação.
Enfim, gosto muito de ambos os livros, alguns cristãos não percebem a perspectiva pessimista do Eclesiastes e tem dificuldades em entender quem tenha essa visão de mundo. Acho que a análise em paralelo das obras é bastante útil por esse motivo.
Espero ter sido claro o suficiente para que todos os que tenham lido identifiquem os pontos e omisso o suficiente para não dar detalhes que excluam a necessidade de ler as obras.
Espero que leiam! Espero que gostem!
Este blog é voltado para a exposição de estudos sobre teologia e assuntos afins.
Mostrando postagens com marcador filosofia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador filosofia. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Quem é o seu deus?
No Egito Antigo, na Grécia Antiga, e até mesmo em tribos e na Índia dos dias atuais, as pessoas tinham (e tem) o costume de atribuir fenômenos que não compreendiam a atividades divinas, e criavam seus próprios deuses para cada situação, por isso eles tinham o deus (do) mar, o deus (do) sol e deuses pra tudo o mais que exista. No "mundo" cristão tem ocorrido um fenômeno parecido e interessante, as pessoas tendem a criar seu próprio deus, da forma como acreditam, sendo que, por terem aprendido a ser monoteístas, e de alguma forma crerem na existência de um deus único, atribuem a esse Deus do qual todos falam a imagem do deus que criaram. Não é difícil observar este fato, tente falar com alguém algo como "Algumas pessoas vão ser lançadas, por Deus, no inferno", não vai ser difícil você encontrar pessoas que respondam "Não, Deus é bom!".
As pessoas não se interessam em saber o que já foi descoberto acerca de Deus, na verdade não se importam com Deus, com o que ele esteja interessado. Pior que isso, é o fato de que muitas pessoas que se dizem cristãs praticantes, tem a certeza de que ele é altamente atuante em suas vidas e buscam ter experiências espirituais, muitas vezes tem uma atitude semelhante, motivo pelo qual temos hoje uma infinidade de doutrinas "cristãs" estranhas à Bíblia.
Mesmo os que se interessam em conhecer o "Deus da Bíblia" não chegam ao conhecimento total a Seu respeito, ele mesmo se mantém oculto em certos pontos como sua origem e forma de agir. Até hoje não se chegou a conclusão se ele pede que você abra a porta e espera, ou se pede e faz com que você a abra.
Aí você me diz "e daí? Sou feliz assim!". E daí que esse "deus" que você criou existirá enquanto você o manter, por exemplo, se amanhã você começar a pensar de forma diferente a seu respeito, vai ter apagado o anterior para criar outro. O que também não é um grande problema se você não estiver interessado em conhecer um Deus eterno e imutável, que existia antes de qualquer homem ou pensamento humano e que continuará existindo após tudo isso.
A veracidade bíblica não é o assunto deste post, mas a bíblia é onde encontramos relatos de pessoas que buscaram e obtiveram um relacionamento com este Deus eterno e imutável do qual ouvimos falar nas igrejas (ou em algumas delas), além de suas próprias palavras deixadas através de seus oráculos.
Logo, se você tem algum interesse em Deus, busque a verdade nas Suas próprias palavras, se não entender, pergunte a pessoas que conheçam realmente a palavra de Deus e que demostrem conhecê-lo realmente, e tenha em mente que você também pode ter suas próprias experiências com ele.
As pessoas não se interessam em saber o que já foi descoberto acerca de Deus, na verdade não se importam com Deus, com o que ele esteja interessado. Pior que isso, é o fato de que muitas pessoas que se dizem cristãs praticantes, tem a certeza de que ele é altamente atuante em suas vidas e buscam ter experiências espirituais, muitas vezes tem uma atitude semelhante, motivo pelo qual temos hoje uma infinidade de doutrinas "cristãs" estranhas à Bíblia.
Mesmo os que se interessam em conhecer o "Deus da Bíblia" não chegam ao conhecimento total a Seu respeito, ele mesmo se mantém oculto em certos pontos como sua origem e forma de agir. Até hoje não se chegou a conclusão se ele pede que você abra a porta e espera, ou se pede e faz com que você a abra.
Aí você me diz "e daí? Sou feliz assim!". E daí que esse "deus" que você criou existirá enquanto você o manter, por exemplo, se amanhã você começar a pensar de forma diferente a seu respeito, vai ter apagado o anterior para criar outro. O que também não é um grande problema se você não estiver interessado em conhecer um Deus eterno e imutável, que existia antes de qualquer homem ou pensamento humano e que continuará existindo após tudo isso.
A veracidade bíblica não é o assunto deste post, mas a bíblia é onde encontramos relatos de pessoas que buscaram e obtiveram um relacionamento com este Deus eterno e imutável do qual ouvimos falar nas igrejas (ou em algumas delas), além de suas próprias palavras deixadas através de seus oráculos.
Logo, se você tem algum interesse em Deus, busque a verdade nas Suas próprias palavras, se não entender, pergunte a pessoas que conheçam realmente a palavra de Deus e que demostrem conhecê-lo realmente, e tenha em mente que você também pode ter suas próprias experiências com ele.
Assinar:
Postagens (Atom)